terça-feira, 27 de setembro de 2011

Culpa sobre duas rodas


 
1990: Fernanda antes
das primeiras pedaladas


Não importa como tenhamos criado nossos filhos. Sozinha; a dois; com a infra da creche; com a contribuição valiosa de babás, avós, tias, vizinhas, grandes amigas...
Ser mãe é ter culpa.
E quanta culpa! Curamo-nos de uma. E logo descobrimos outra.
No fim de semana, eu observava um pai agarrado à garupa da filha quase adolescente, incentivando-a a não desistir de dar as primeiras pedaladas autônomas no Parque do Ibirapuera. A provável mãe fotografava as tentativas. E então me dei conta de que não ensinei minha filha a andar de bicicleta. O que não quer dizer que ela não tenha aprendido. Aprendeu sim. Com quem? Quando exatamente? Quais foram as dificuldades? Como se sentiu quando finalmente achou o ponto de equilíbrio?
Não sei. E aí mora a culpa. A minha mais nova culpa.
A única vez que ajudei minha filha a andar sobre rodas ela tinha um ano. Fotografei também.
Se isso diminui a culpa? Nada. Ela cresce desde sábado.
Quando se cura? Quem sabe o dia em que Fernanda me convidar para um passeio de bike...
Até lá, sigo em desequilíbrio.



Um comentário:

  1. Não há como acompanhar os passos de um filho em tudo o que ele faz. O importante é deixar um legado para que ele saiba fazer as escolhas certas. Filhos aprendem muito mais vendo o exemplo dos pais que simplesmente ouvindo. E, já que a culpa lhe consome, que tal não esperar esse convite? Talvez o outro lado também esteja esperando essa atitude...

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