segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Joaquim para Maria: "Ofreço como prova de amor", 7/11/1932



Ela já passava dos 90 quando se foi... Mas jurava, até o final, sustentar uma paixão que a havia arrebatado ainda muito jovem.

Ela, Maria, tinha 14 anos quando deixou Santa Catarina.

Ele, Joaquim, saíra de Portugal aos 16 ou 17.

Doméstica sem salário, Maria trabalhava e morava na casa da família de um tenente-coronel da Força Pública, em SP.

De porta em porta, Joaquim vendia verduras, entregava pão... Na freguesia, a casa de Maria.

Conheceram-se. Ele venceu o rigor da mocinha que, segundo a própria contava, fez-se difícil.

Decidido, Joaquim aceitou as regras. Pediu aos patrões da moça permissão para namorá-la.

No Jardim da Aclimação, o gajo posou para a foto que ilustra este post. No verso, com letra desenhada com caneta tinteiro, escreveu: "Ofreço como prova de amor".

Naquela data, 7/11/1932, Maria completava 18 anos. Pena seus patrões nunca a terem enviado à escola. Maria nunca aprendeu a ler.

Na véspera do casamento, Joaquim tentou "roubar" um beijo da noiva. No rosto, bem-entendido. Mas Maria continuava rigorosa. "Não seja atrevido", advertiu-o.

Lutaram um bocado para criar três filhos. Mercearia, Venda, Padaria... Não fosse venderem tanto fiado, teriam ido mais longe. Viveram juntos até 1966, quando um infarto venceu Joaquim.

Que bom Maria ter preservado essa foto nos seus poucos guardados...

Tê-la achado hoje valeu meu domingo. Obrigada, vó!

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