segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Mar Português, para Fernanda

Ontem, folheando um pequeno livro de poesias de Fernando Pessoa, revi, na página 11, um poema que Fernanda adorava declamar quando estava na escola.
É tão bonito o modo como ele fala de saudade, do perigo e do fascínio do mar, que resolvi reproduzir aqui...

"Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu."

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